O Whiplash entrevistou o baixista
Markus Grosskopf , segue abaixo a entrevista :
Whiplash! – Markus, mais uma vez o Helloween vem ao Brasil, algo que acontece desde a turnê de “The Time Of The Oath”. Desta vez, contudo, o Gamma Ray está vindo como banda convidada. Como você analisa essa excursão em conjunto? Markus Grosskopf – Resumindo em uma palavra, FANTÁSTICO! (Risos). Kai Hansen e os caras da banda são bons amigos, e todos os problemas do passado ficaram onde estão: no passado. Já havíamos considerado essa hipótese alguns anos atrás, mas na verdade era apenas a questão de esperar o momento certo. Lançamos CD´s novos em períodos próximos, estamos loucos para tocar juntos e a convivência vem sendo maravilhosa. Divertimo-nos muito indo para a Ásia, com a idéia de ir para a América do Sul, e talvez até façamos o giro pela América do Norte juntos. Para fechar com chave de ouro essa ótima idéia estaremos presentes nos festivais de verão europeus. É muito legal.
Whiplash! – Pude ouvir alguns “bootlegs” dos shows e achei muito legal vocês abrirem os trabalhos com “Halloween”. Quem foi o sortudo que teve essa bela idéia?Markus Grosskopf – (Risos) Eu adorei fazer isso, mas não fui o criador da idéia. Surgiu naturalmente quando começamos a experimentá-la em alguns festivais na turnê do “The Legacy”. Funcionou muito bem, mas não haveria como fazer isso na última turnê, já que seria mais uma música de mais de dez minutos no “set”. Mas nesta turnê estamos fazendo.
Whiplash! – Com “Gambling With The Devil” a banda conseguiu manter sua formação fixa em dois CD´s seguidos, algo que não acontecia desde “The Dark Ride”. Como você vê toda essa situação pela qual sua banda passou?Markus Grosskopf – Bom (pensativo)... fizemos o que pudemos fazer. Nem sempre as pessoas se dão bem o tempo todo, e em muitos momentos precisamos de mudanças para poder estabilizar o clima no grupo. São coisas que acontecem...
Whiplash! – Este novo CD teve uma ótima resposta entre críticos e fãs, você concorda que todo o aprendizado com o CD “Keeper Of The Seven Keys – The Legacy” teve alguma influência? Afinal o trabalho teve diferentes respostas...Markus Grosskopf – A maioria muito boa por sinal! (Risos) Não saberia dizer se sim ou não, mas sempre aprendemos com tudo o que fazemos. Cada CD, cada show é um momento e uma lição que fica para o próximo trabalho. Mas isso é algo que acontece quase que sem que possamos perceber, porque não premeditamos repetir algo que fizemos no último CD e que de repente não tenha funcionado. A coisa flui naturalmente.
Whiplash! – Deixe–me perguntar algo curioso: durante muito tempo as músicas de sua autoria sempre ficaram relegadas a serem “b-sides”...Markus Grosskopf – (Gargalhando)... É verdade!
Whiplash! – Mas você tem escrito boas músicas nos últimos CD´s. Alguma em “Gambling With The Devil” que seja especial?Markus Grosskopf – Falando sobre minhas músicas, muitas vezes elas não se encaixavam diretamente no que queríamos para cada álbum. Nunca me importei muito com isso porque sabia que eu era o baixista da banda e continuo sendo, logo, cada música do
HELLOWEEN é minha e de todos os outros caras. Mas devo confessar que “IME” me deixou muito orgulhoso no novo CD, já que compus quase toda sua estrutura.
Whiplash! – Um momento que sempre será marcante nestes shows é a “Jam” que vocês e o Gamma Ray fazem no palco, geralmente tocando “I Want Out” e “Future World”. Planejam algo especial para o Brasil?Markus Grosskopf – Sinceramente não. Acho que tocarmos juntos já é por si só especial. Funciona bem, os fãs adoram e nos divertimos muito. Damos sempre muitas risadas.
Whiplash! – E o que você pode nos falar sobre seu projeto “Bassinvaders”? O CD será lançado no Brasil em breve (via Hellion Records).Markus Grosskopf – Foi divertido. Muito trabalhoso,mas igualmente divertido. Foi um desses trabalhos que surgiram quando não tinha nada para fazer, e procurava idéias para novos projetos. Chamei vários amigos, bons baixistas, e fizemos a loucura (Risos) de pegar todos os arranjos das músicas que escrevemos e tocá-los no baixo. Não é algo como fazer com cellos ou violinos, temos vocais, e são músicas próprias.
Whiplash! – Magnus Rosén, ex baixista do Hammerfall fez algo semelhante em seus trabalhos...Markus Grosskopf – É mesmo? Não sabia!
Whiplash! – Sim... mas no caso ele gravou apenas instrumentais calcados no baixo.Markus Grosskopf – No nosso caso é diferente, já que coloquei vocais e bateria nas músicas. Mas a idéia é ótima, vou procurar conferir.
Whiplash! – E como surgiu a inusitada e louca idéia de fazer uma versão para “Eagle Fly Free”?Markus Grosskopf – (Risos) De fato é uma loucura... mas que deu certo! Não imaginava que pudesse funcionar, e o trabalho foi árduo. Quando ouvimos o resultado final nos arrepiamos.
Whiplash! – Voltando ao Helloween, você e Michael Weikath são os únicos membros originais, mais de vinte anos após o lançamento de “Walls Of Jericho”. Você imaginava estar aqui hoje, com outros músicos lhe acompanhando e com uma pilha de CD´s lançados?Markus Grosskopf – É uma ótima pergunta! Algo que costumo dizer para mim mesmo é que eu jamais saberia se não tivesse tentado. Durante todo este tempo passamos por dificuldades e mudança de membros, o que incluiu discussões, brigas, e o que mais você possa imaginar. Mas também tivemos momentos memoráveis e shows inesquecíveis. O que mais posso falar? Me considero um afortunado e agradeço a Deus todo dia por poder viver de música, e por poder ainda sentir toda essa satisfação quando subo num palco para tocar as músicas.
Whiplash! – Markus, obrigado pela entrevista e o espaço é seu para as considerações finais!Markus Grosskopf – Yeah! É sempre muito divertido vir a América do Sul e ao Brasil, mesmo que tenhamos que viajar horas e horas, com escalas e aviões por todo lado. A atmosfera nos shows é algo que não podemos sequer quantificar, e esse retorno nos faz ensaiar cada vez mais para podermos estar à altura de vocês. Venham todos ao show para nos divertirmos muito, numa celebração muito positiva.